quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Cientistas descobrem no fundo do cérebro o mapa que guia todos os nossos movimentos

30 Ago 2017 17:29 // Nuno Noronha // Notícias
Imagine olhar para dentro do cérebro e observar a atividade de centenas de neurónios de um animal em movimento? Isso já é possível com miniaturas de microscópios móveis acoplados à cabeça de ratinhos, o que levou à descoberta de um mapa usado pelo cérebro para guiar os nossos movimentos.

Um novo estudo revelou que no estriado, uma estrutura que se localiza numa zona profunda do cérebro, os movimentos que um animal pode fazer estão representados num mapa de atividade neural. Se pensarmos na atividade neural como sendo as coordenadas deste mapa, então os movimentos mais parecidos têm coordenadas semelhantes, estando assim mais próximas no mapa, enquanto as ações que são mais diferentes têm coordenadas mais distantes e estão por isso mais afastadas.

O estudo, liderado por cientistas da Universidade de Columbia e do Centro Champalimaud, foi publicado hoje (30 de Agosto) na revista científica Neuron.

"Dos ouvidos aos dedos dos pés, cada movimento que o corpo faz é determinado por um padrão único de atividade de células cerebrais, mas até agora, e usando a analogia do mapa, só sabíamos algumas latitudes e longitudes, mas não conhecíamos o mapa. Este estudo permitiu-nos ver este mapa pela primeira vez”, disse Rui Costa, neurocientista e investigador principal no Centro Champalimaud, em Lisboa e no Columbia’s Mortimer B. Zuckerman Mind Brain Behavior Institute, nos Estados Unidos.

Rui Costa e o seu grupo realizaram grande parte deste estudo no Centro Champalimaud, antes de completar a análise nos Estados Unidos.

Um snapshot da atividade neural
O estriado é uma estrutura do cérebro que se sabe estar envolvida em muitos processos, nomeadamente na aprendizagem e aperfeiçoamento de movimentos. Por exemplo, um pianista só consegue aquele concerto perfeito graças à atividade do seu estriado.

Alguns estudos iniciais argumentaram que existiam dois tipos de neurónios no estriado responsáveis pelo envio de dois tipos de sinais: "ir" ou "não ir", e que era da combinação desses dois sinais - que funcionavam como um acelerador e um travão – que resultava num movimento. No entanto, o trabalho de Rui Costa e da sua equipa tem revelado que a realidade é muito mais complexa e que ambos os tipos de neurónios contribuem para o movimento de maneira muito específica.

"O que importa não é quão ativa cada população de neurónios está, mas sim os seus padrões específicos de atividade", explica o investigador. "Por outras palavras, o importante é saber quais são os neurónios que estão ativos num momento particular, e que tipos de movimentos, ou comportamentos, corresponderam a essa atividade".

A chave para observar a atividade neural durante o comportamento natural foi conseguir que ratinhos pudessem mover-se livremente e naturalmente. Para isso, a equipa acoplou miniaturas de microscópios móveis às cabeças dos ratinhos. Isto permitiu registar os padrões individuais de atividade de até 300 neurónios no estriado. Ao mesmo tempo, cada ratinho estava equipado com um acelerómetro, como um Fitbit em miniatura, que registava os movimentos do ratinho.

"Já tínhamos registado a atividade de neurónios do estriado, mas neste estudo pudemos registar 200 a 300 neurónios ao mesmo tempo, com a resolução de célula única. Isto permitiu-nos olhar para a dinâmica populacional com grande detalhe dentro de uma estrutura cerebral profunda.

Além disso, para este estudo modificámos geneticamente os ratinhos para que os seus neurónios fossem visíveis quando estavam ativos, o que nos permitiu medir populações neuronais específicas. Isto deu-nos um acesso sem precedentes à dinâmica de uma grande população de neurónios numa estrutura profunda do cérebro," diz Gabriela Martins, investigadora pós-doutorada e um dos principais autores deste estudo.

No caminho para a compreensão da dinâmica estriatal
Com o contributo de Liam Paninski, um estatístico e investigador principal no Zuckerman Institute, os cientistas desenvolveram um método matemático para remover qualquer ruído de fundo que os dados tivessem. O resultado foi uma janela clara dos padrões de atividade neuronal, que poderão servir de base para um catálogo completo ou repertório de movimentos.

"Para cada tipo de movimento, há um padrão particular de atividade cerebral. Assim, se observamos um determinado padrão, podemos prever o tipo de movimento que irá resultar", acrescentou Rui Costa.

No estriado, há uma organização que não é aleatória, onde os neurónios que estão ativos em conjunto tendem a estar mais próximos no espaço. "Isto, novamente, implica que podemos aprender muito mais sobre a atividade neuronal e como ela se relaciona com o comportamento ao considerar padrões detalhados de atividade de conjuntos de neurónios em vez de olhar para a sua atividade média", diz Andreas Klaus, investigador pós-doutorado e um dos principais autores deste estudo.

Como é que a vitamina C influencia a leucemia

Equipa explica quais os mecanismos moleculares que podem ligar níveis baixos de vitamina C à formação acelerada de células cancerosas na leucemia.

Os chimpanzés também têm uma forma de Alzheimer como nós

Seremos a única espécie que tem doença de Alzheimer? Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos também detectou agora acumulações indevidas de proteínas em cérebros de chimpanzés, à semelhança do que ocorre nas pessoas.
Tal como os humanos, os chimpanzés têm sinais distintivos da doença de Alzheimer
Os chimpanzés são os nossos parentes vivos mais próximos. E parece que tais semelhanças também se estendem à doença de Alzheimer. Características desta doença, que tem aumentado nos seres humanos, também existem nestes nossos primos. Embora haja algumas diferenças, as parecenças detectadas, e referidas num artigo científico na revista Neurobiology of Aging, podem permitir que os chimpanzés contribuam (ainda mais) para a investigação, neste caso da doença de Alzheimer. Afinal, não há uma cura para ela, apenas medicamentos que abrandam os sintomas.
Placas de beta-amiloide
Proteína beta-amilóide acumulada nos vasos sanguíneos

Cientistas recriam em laboratório as “chuvas de diamantes” de Úrano e Neptuno

Ainda que os diamantes criados só tenham alguns nanómetros de diâmetro, a experiência conseguiu provar que o fenómeno existe e que são precisas pressões bem mais elevadas do que o que se pensava inicialmente.
Na imagem, retirada da página do Centro de Aceleração Linear de Stanford (SLAC), é ilustrado o interior do planeta Neptuno, onde ocorrem as "chuvas de diamante"
Chamam-lhe “chuva de diamantes” mas trata-se, mais especificamente, de um afundamento de diamantes de grandes dimensões pelos oceanos (compostos por água, amoníaco e hidrocarbonetos) de Úrano e Neptuno — os dois planetas mais longínquos no Sistema Solar, se deixarmos de parte o anão Plutão — até chegarem ao núcleo sólido. Segundo um estudo publicado esta semana na revista Nature Astronomy, uma equipa de investigadores conseguiu recriar as condições que existem “a cerca de dez mil quilómetros abaixo das superfícies” dos dois planetas e assistiu, em tempo real, à formação de pequenos diamantes.

Ossos do dodó revelam como crescia esta ave extinta há mais de três séculos


A vida dos dodós está a deixar de ser uma grande incógnita para a ciência. Parece que esta ave não só mudava mesmo de penas, como crescia a duas velocidades – primeiro mais depressa, depois mais lentamente.
Reconstituição do dodó em Mare aux Songes, um local onde foram encontrados vários exemplares

Descoberto embrião num fóssil de ictiossauro

Um fóssil de um Ichthyosaurus, encontrado há mais de 20 anos, só agora foi estudado. Era uma fêmea adulta com mais de três metros de comprimento.
Um fóssil de Ichthyosaurus, um tipo de réptil marinho que viveu durante o período Jurássico Inferior (há cerca de 200 milhões de anos), encontrado na década de 1990, foi finalmente estudado. Os vestígios estão quase completos e, segundo os autores do trabalho, trata-se do maior fóssil de ictiossauro até agora encontrado.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Células estaminais usadas para tentar "curar" diabetes do tipo 1

Implante experimental foi colocado em duas pessoas. Em três meses deverá começar a produzir insulina.
Há mais de uma década que se tenta usar células estaminais para tratar a diabetes
O implante, chamado PEC-Direct, é produzido pela empresa Viacyte, de San Diego, na Califórnia e tem o tamanho de um cartão de crédito. No implante estão contidas as células estaminais que, já dentro do corpo, entram num processo de maturação que dura três meses, especializando-se para produzir a insulina. Estas células foram originadas a partir de um embrião nos primeiros estádios de desenvolvimento não aproveitado por uma mulher que fez fertilização in vitro.

Assim que os níveis de açúcar do corpo sobem, espera-se que as células do implante iniciem a produção da hormona para reduzir os níveis de glicose. Como as células implantadas não pertencem aos doentes, é necessário usar medicação para suprimir o sistema imunitário não deixando que o corpo ataque o implante.

“Se resultar, podemos chamar de ‘cura funcional’”, diz Paul Laikind, da Viacyte, citado pela New Scientist. “Não é uma verdadeira cura porque não resolve o problema auto-imune que causa a doença, mas estaríamos a substituir as células que estão em falta.”

Num ensaio feito previamente em 19 pessoas, a empresa provou que as células estaminais desenvolviam-se em ilhotas de Langerhans – o grupo de células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. No entanto, como eram poucas células, aquele ensaio não foi feito para tratar a diabetes.

O novo implante pode ser posto no antebraço. Como é poroso, permite que os vasos sanguíneos o penetrem, de modo a alcançar as células estaminais que podem ser alimentadas.

“Se este tratamento tiver sucesso, esta estratégia pode realmente alterar a forma como tratamos a diabetes do tipo 1 no futuro”, diz, por sua vez, Emily Burns da Diabetes UK, uma instituição dedicada à doença, citada também pela New Scientist. Até agora, o único tratamento equivalente passa pelo transplante de células do pâncreas de órgãos de dadores. A técnica resulta, mas é limitada ao número de dadores de órgãos.

Há 15 anos que se tenta usar células estaminais para tratar a doença, mas sem sucesso. Se este implante funcionar, deixa de haver um problema de stock com os órgãos. As células estaminais poderão ser multiplicadas para se produzir os implantes necessários.

Editaram um gene das formigas e elas ficaram anti-sociais

Com a nova técnica de edição genética, a CRISPR, dois grupos de cientistas bloquearam um gene que é essencial para o funcionamento dos receptores de odores nas formigas. Sem esta “peça”, os animais deixaram de conseguir comunicar.
Formigas-biroi obreiras marcadas com cores para que se seguissem os seus comportamentos individuais
Quantos de nós já não ficámos uns segundos intrigados a observar tamanha capacidade de coordenação e organização das formigas num carreiro? Mesmo que nunca o tenha feito, a verdade é que, para os cientistas, as colónias de formigas são um óptimo modelo para estudar comportamentos sociais e explorar as suas bases genéticas e complexos sistemas biológicos. Estudar formigas não é tarefa fácil mas a nova técnica de edição de genes, a CRISPR, pode ser uma ajuda preciosa. Dois estudos diferentes publicados na revista Cell esta quinta-feira contam experiências muito semelhantes que mostram como usaram a técnica CRISPR/Cas9 para “apagar” um gene especial nas formigas e como isso afectou o seu comportamento.
As antenas das formigas são os seus sensores químicos

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Portugueses criam teste inovador que deteta medicamentos perigosos na gravidez

1 Ago 2017 10:23 // Nuno Noronha // Notícias
Uma equipa de investigação da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um teste que permite identificar medicamentos potencialmente perigosos para a gravidez, contribuindo para a redução de defeitos à nascença.

A solução, desenvolvida no âmbito de um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, irá permitir avaliar a toxicidade dos medicamentos num sistema “humanizado” e poderá contribuir para a redução de defeitos no desenvolvimento do sistema vascular do embrião.

O sistema é “humanizado” porque as células não são testadas em animais, mas colocadas numa plataforma microfluídica e expostas a condições de fluxo arterial que permite uma avaliação toxicológica em condições semelhantes ao que acontece in vivo.

Metodologia do sistema desenvolvido na UC
Numa primeira fase, a equipa desenvolveu uma metodologia para obter células endoteliais humanas a partir de células estaminais pluripotentes (CEP) – que podem originar todos os tecidos do organismo – e avaliou o impacto de 1280 químicos, identificando dois particularmente perigosos.

Helena Vazão, autora do artigo científico publicado, esclarece que "o grupo desenvolveu uma plataforma capaz de analisar e relacionar muitos dados simultaneamente de forma mais rápida (high-throughput) baseada em CEP humanas".

Por seu lado, a investigadora Susana Rosa,outra das autoras do artigo científico, sublinha que "identificámos dois compostos, aflufenazina (um anti-psicótico) e o 7-Cyclo (um anti-inflamatório), que interferem na formação da vasculatura embrionária. Os compostos foram posteriormente testados num modelo animal de embriões de peixe zebra confirmando-se a sua toxicidade".

A análise é baseada em células endoteliais (células que revestem os vasos sanguíneos e que estão em contacto direto com o sangue) embrionárias, obtidas a partir das células pluripotentes. A equipa descobriu que estes dois químicos apresentam uma maior toxicidade nas células endoteliais embrionárias quando comparados com as células endoteliais pós-natais.

Os problemas vasculares do embrião estão associados à morte do feto, malformações e deficiência cognitiva à nascença, podendo ser causadas pelo ambiente ou pela exposição a fármacos, sendo necessário um teste fiável que possa despistar químicos nocivos.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e por fundos europeus através dos programas COMPETE, QREN e FEDER.

Alimentos não essenciais representam quase um quarto da alimentação dos portugueses

29 jul 2017

Desenvolvida tecnologia para pavimentos que permite extrair energia cinética aos veículos e transformá-la em energia elétrica


27 jul 2017

Humanidade atinge quarta-feira limite de recursos disponíveis no planeta Terra para 2017


1 ago 2017
A associação ambientalista Zero revelou hoje que a partir de quarta-feira a humanidade atinge o limite e recursos disponíveis para este ano, mais cedo do que em 2016, quando este marco foi ultrapassado a 8 de agosto.
De acordo com a Zero, o último ano em que a humanidade respeitou o “orçamento natural anual”, fazendo com que os recursos existentes no planeta chegassem para o ano inteiro, foi há quase 50 anos, em 1970.

A Zero sublinha também o peso da pegada ecológica de Portugal, lembrando que eram precisos mais do que um planeta se todos os países atingissem os níveis portugueses.

“Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica do que nós, seriam necessários 2,3 planetas”, lembra.

Para os ambientalistas da Zero, o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal.

“Num mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente”, defendem.

O chamado de Overshoot Day, quando os recursos se esgotam, “indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, acrescenta.

Entre as várias propostas da Zero para reduzir o défice ambiental está a aposta numa economia circular, onde “a utilização e reutilização de recursos é maximizada" e que segundo os ambientalistas deverá ser "uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”.

“O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de ‘usar e deitar fora’, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’”, defende a associação.

A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outra das propostas da Zero.

“Trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa do impacto ambiental associado à alimentação”, sublinham os ambientalistas, lembrando que, em Portugal, tal significará uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o que é defendido no padrão alimentar da roda dos alimentos.

A Zero propõe ainda a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a “mobilidade suave” e a partilha do transporte (‘car-sharing’).

“Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos”, defende a Zero.                                                                

O chamado de Overshoot Day, quando os recursos se esgotam, “indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, acrescenta.

Entre as várias propostas da Zero para reduzir o défice ambiental está a aposta numa economia circular, onde “a utilização e reutilização de recursos é maximizada" e que segundo os ambientalistas deverá ser "uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”.

“O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de ‘usar e deitar fora’, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’”, defende a associação.

A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outra das propostas da Zero.

“Trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa do impacto ambiental associado à alimentação”, sublinham os ambientalistas, lembrando que, em Portugal, tal significará uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o que é defendido no padrão alimentar da roda dos alimentos.
A Zero propõe ainda a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a “mobilidade suave” e a partilha do transporte (‘car-sharing’).

“Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos”, defende a Zero.

Porque é que a validade do mel é (quase) infinita?

MSN - Notícias ao Minuto - Daniela Costa Teixeira
É doce e faz as delícias de miúdos e graúdos, é um dos alimentos mais antigos e também dos mais versáteis. O mel marca presença numa boa parte das casas portuguesas e a sua validade é quase eterna. Mas como é que isso é possível?

Como explica a BBC Brasil no seu site, a validade do mel é quase eterna graças, em parte, à quantidade de açúcar que compõe este alimento. Na prática, o açúcar do mel é tanto que ganha um efeito higroscópico, isto é, fica com a capacidade de absorver a humidade à volta sem se deteriorar.

Esta valência anti-humidade faz com que o mel não seja um local apropriado para micro-organismos, acabando por ficar 'limpo' de agentes que comprometem o sabor, a textura e a própria qualidade do alimento. Contudo, quanto mais tempo o mel estiver ao ar e sujeito à humidade, maior é a probabilidade de ir perdendo esta capacidade a longo prazo. Sim, é por isso que se deve guardar sempre o mel num local fresco e sempre e preferencialmente com tampa.

Mas o mel não é o melhor local para os micro-organismos se alojarem apenas devido ao seu ambiente, também a acidez deste alimento tem algo a dizer. Por ser ácido (com um pH entre os 3 e os 4,5), o mel tem a capacidade de matar todos os agentes externos que possam tentar a sua 'sorte', diz a BBC.

Além disso, o processo que dá vida ao mel - desde a colheita do néctar nas flores até à sua decomposição - contém dois agentes muito específicos, sendo um deles um antissético natural.

Segundo a BBC, depois de entrar em contacto com as enzimas digestivas (glicose oxidase) das abelhas, o néctar colhido transforma o açúcar em ácido glucónico e em peróxido de hidrogénio, aquilo a que chamamos de água oxigenada e que impede a proliferação de bactérias, germes e outros agentes prejudiciais.